segunda-feira, abril 23, 2007

meia-entrada-inteira-dobrada... paratodos

Passaram a dobrar os preços praticados e a vender meia-entrada a todo mundo. É uma enganação “. A concessão de meias-entradas vira terra de ninguém. Sob uma avalanche de falsificações, cresce o movimento pela moralização do acesso à cultura. Queremos ir ao cinema, teatro, um bom show, mas todos os estabelecimentos estão na famosa lei do ‘me engana que eu gosto’. Eu finjo que dou desconto, o estudante finge que paga meia-entrada. Eu já formei e continuo pagando a tal meia-entrada sendo que isso na verdade nunca existiu."Só uma vez que quase acreditei que isso estava acontecendo, comprei meu ingresso pro show da Marisa Monte (inteira) por 120,00 até porque eu não tinha comprovante de matricula exigido no ato da compra. Eis que no dia eu vi que muitas pessoas falavam: ”Eu comprei porque trouxe o comprovante do meu amigo e agora eles nem vão pedir nada na entrada.”Não precisa dizer que fiquei roxa de ódio e que eu tenho sessenta mil amigos que podiam me emprestar o tal comprovante pra eu pagar 60,00. Aii que ódio, mas elegantemente entrei, assisti ao show que tanto queria e pensei: da próxima já sei como fazer, “até porque sou fina e jamais iria armar um barraco na porta do palácio das Artes por causa desse gigante detalhe néam?”hahahaha capaz.Outro dia fui a Student Travel Bureau olhar uma viagem e vi um cara pedindo um formulário para obter a carteirinha de estudante. Ele dizia baixinho a um outro amigo: “nós vamos conseguir, até porque consegui através do DCE da faculdade um documento dizendo que estava matriculado." Otimo, bacana. Vamos falar então do cinema onde a média é mais ou menos a mesma. “De 70 a 75% dos ingressos são de estudantes e pseudo-estudantes. Os funcionários já nem tentam mais controlar. E você sabe que não são nem desempregados nem estudantes carentes que vão ao Pátio Savassi com carteirinha fajuta, néam?” Será que temos que subsidiar o estudante da FGV, que chega de Audi ao cinema para assistir 300?”. Será que quem vive na periferia freqüenta esses espetáculos? Será que a população tem de ganhar desconto para ver Zezé di Camargo e Luciano, Ivete Sangalo, Asa de Águia, Cirque du Soleil?”“. O que fica evidente é que não se pode mais falar em acesso à cultura no Brasil sem que a meia-entrada seja debatida. No atual estado de coisas, carteirinhas são emitidas em locais tão variados quanto entradas de festas de peão e a rede de fast-food Pizza Hut. No Brasil, as pessoas de baixa renda não vão ao cinema e, do jeito que está, elas têm de pagar um preço artificialmente elevado”.Mas se pensar bem, estamos certos, num país onde você não tem poder de comprar nem um CD original porque ta tudo muito difícil temos mesmo que calar a boca, falsificar, comprar a meia entrada FALSA pra poder participar da tal CULTURA.
Bjos a todos.

Obs: Li sobre isso na Carta Capital e achei interessante colocar também meu ponto de vista em cima disto.

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