quinta-feira, outubro 08, 2009

Infância

Uma das coisas que eu lembro é que eu detestava acordar cedo e minha mãe vestia o uniforme em mim dormindo. Meu uniforme era rosa e eu sempre inventava de colocar um laço de fita na cabeça. Lembro também que tínhamos que cantar uma música pra tia da escola e eu era a cantava mais alto. No colégio, liderava as festas comemorativas e dançava até nas comemorações cívicas, meu grupo foi até convidado pra dançar na televisão e nós fomos.kkkkkk. Eu adorava ensaiar e era amiga da D.Iza, uma figura super simpática que sempre chamava minha mãe para falar de tantas suspensões. Eu não era terrível, era apenas uma menina extrovertida que como quase nenhuma menina do colégio falava o que sentia. Cheguei a matar aula pra encontrar meu primeiro namorado, chamei uma professora de girafa e sempre puxava papo com o cônego. Vai saber por quantos colégios passei quantos amigos eu fiz e quantos até hoje se lembram de mim. Não ligava muito pra boneca e meu sonho era ter um ferrorama, mas meu pai dizia que era coisa de menino então pedi um órgão. Este está guardado até hoje no baú. Fiz aula de violão e o professor chamava Minervino e eu enrolava tanto que parava no meio da aula e falava: Vão conversá?. Tive também um professor de matemática, ai...sempre os números, ele desistiu de me dar aula e por ai passei por vários outros professores de reforço. Adorava biologia, mas achava o mundo da medicina muito distante porque na época quem fazia faculdade era muito inteligente ou era rico. Eu queria ser artista, dançar, sei lá, mas eu não me via em profissão alguma. Tive uma educação exemplar, um mãe de garra que perdeu o pai num desastre de bonde e que cuidou de mais 7. Meu pai sempre foi o exemplo de caráter, homem justo com todas suas coisas e pessoas e assim foi nos educando da maneira mais correta num mundo em que eu via vários outros pais ter uma postura austera, rígida e sem diálogo com seus filhos. Aqui a gente sempre teve vez de falar, sempre colocamos nossa posição quanto a todos os assuntos. Meu pai nunca abriu sequer uma correspondência nossa, nunca mexeu na minha bolsa e minha mãe sempre dizia que era pra gente ter respeito com os filhos dos outros.rs (essa eu nunca vou esquecer). A gente não tinha tudo que queria, mas tinha tudo que precisava. Na páscoa meu pai escondia os ovos pela casa e brincava de tá frio, tá quente pra gente achar..era uma farra. Na época a gente fazia compra no Carrefour e era longe PAcaramba e depois a gente comia um pastel gigante e tão quente, tão quente que tinha que abrir pra sair o ar se não queimava a cara da gente... kkkkkkkkkkk.

Era bom demais, nossassinhora. Sempre dormi com minha irmã, duas pessoas completamente diferentes: Ela gostava de luz apagada e eu acesa, ela de silêncio e eu de televisão ligada pra dormir. Até que no dia que ela casou, sentamos as duas frente a frente na cama e ela disse com os olhos marejados que deixaria eu fazer tudo aquilo se fosse pra ela não ter que sentir aquela dor de ter de separar de mim indo morar em outra casa. Foi bonito aquele dia. Depois disso veio a cobrança se eu não iria casar também e eu com minha língua afiada dizia que se eu casasse naquela época não ia realizar um terço do que eu tinha que viver. E foi assim. Voltando a infância, meu avô era um ser fantástico. Era criador de galo, participava das rinhas e a casa dele era cheia de saco de repolho. Mas era repolho,
maçã , mexerica pocã, uma confusão danada. Era tudo pro’s galo comer e tinha também um Dog Alemão que ocupava a metade do corredor, uma plasta, mas eu o achava lindo demais. Meu avô me enchia de bala, com embrulho verde xadrez que nuca mais saiu da cabeça. Ele era tão engraçado que a gente caia no chão de tanto rir das piadas dele. Minha tia Alice disse que eu era tão feia quando eu nasci, mas tão feia que ela tinha dó de mim.kkkkkkk ô dó. Nem sei por que me lembrei disso nessa parte do texto, deve ser porque ela é tão engraçada quanto era meu avÔ. Falando nela é um dos seres mais incríveis que Deus colocou na terra. Deficiente visual, não tem um dia que ligo pra ela e ela diz: - Vi... Mas tá tudo tão bom, tudo tão maravilhoso que eu não tenho do que reclamar... E eu penso Deus de onde esse ser encantador tira forças. Não era a toa que é a preferia irmã da minha mãe. As duas ficavam horas ao telefone que davam gargalhadas. Bom ,então fica ai um pouco da minha infância e as fotos com cara de menina que sempre ta planejando uma arte!!!
Bjs

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