Dia, tarde, noite, madrugada. Meus olhos não ficam mais de uma hora fechados. A concentração está na cama ao lado. Um suspiro mais forte, um gemido é hora de levantar. Enfermeiras entram e saem toda hora, afinal, são dores, mal estar, insônia. Injeções, troca de lençóis, sedações, visitas, café, almoço, janta, lanche, ceia, risos, choros...Tudo se mistura ao longo do dia. Às vezes não agüento. Hoje dando uma sopa pastosa, as lágrimas desciam, pedi a enfermeira para continuar, pois eu não consegui conter. Minha mãe, minha companheira, meu porto seguro. Sensações infinitas. Médicos pedindo decisões e a cada uma eu desmonto. Minha irmã segura minha mão..."Força Vi", mas eu as vezes não sou aquela pessoa forte tanto quanto deveria ser. É com ela que desabafo, que conto minhas noites e dias, segredos e aventuras e ela sempre ali, sorrindo e dizendo "Ô Vivi, só vc mesmo". Eu olho pra ela e penso: "Vão mãe, melhora, preciso voltar com vc pra casa. Quem vai escutar minhas histórias, casos, e conquistas?" Eu daria minha vida pra ela voltar pra casa, mas Deus sabe até o dia que mereço ter a presença dela. Os dias não estão fáceis. Minha mãe lá (hoje tirei uma folga) meu pai aqui, isolado na solidão nessa casa grande a vazia. Eu procuro meu refúgio (minhas amigas) e hoje é o que me dá força. Entre lucidez e confusão minha mãe recebe todas as pessoas e mesmo de quem não lembra solta um sorriso e diz" Que bom que vc veio". A bondade está ali, naquele sorriso. Neste momento que vejo a cena, permito com humildade e a Deus que ele faça o que seja melhor.Fico por aqui, com o pensamento lá. Amanhã quero acordar cedo e voltar para vê-la. Se estiver triste aperto sua mão e digo força, se estiver sedada, leio o evangelho segundo espiritismo e peço força, se estiver acordada aproveito para lhe dar o melhores os momentos.Abraço a todos
sexta-feira, novembro 10, 2006
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